outubro 18, 2012

Das delícias de se perder por aí

A melhor maneira de conhecer um lugar é andando. E, inevitavelmente, se perdendo. 

Faz dois meses que me mudei, e (com as devidas exceções), não posso dizer que realmente conheça o bairro. Sei chegar em casa de ônibus, mas não sei dar indicações para quem está vindo de carro (além do clássico "segue o ônibus"). 
Como trabalho bastante perto de casa, ontem decidi voltar do trabalho a pé. Não é difícil, e tem algumas vias principais que ajudam a não se perder. O problema é que, tirando essas vias principais, as ruas são bastante sinuosas. 
Fui indo, passei por um supermercado que já tinha visto mas nunca entrado, comprei um biscoitinho salgado para ir lanchando pelo caminho. Raciocinei um pouco no meu senso de direção, que de modo geral é bastante confiável. Fui indo bem, indo bem, comendo meu biscoitinho integral, saudável e delicioso... e de repente comecei a duvidar do meu aguçado (ou nem tanto) senso de direção. Cheguei num muro, e mais além podia ver umas ruas que não me inspiraram confiança. A rua fazia um V, decidi tomar o caminho da direita, pois me pareceu que o da esquerda se internava dentro de um bairro que não era o meu. E fui. 
Uns 15 minutos depois percebo que tinha voltado para a artéria principal, que supostamente estava às minhas costas, só que mais à frente do ponto de partida. Como assim?!?! Pois é. Sentindo que estava dando o braço a torcer, saquei o iPod e dei uma olhada no mapa para me orientar. Não estava longe! Só tinha perdido a direção em algum ponto daquele ziguezaguear. Me orientei de novo, e em mais 15 minutos estava em casa. Já era noite. À noite, realmente, minha visão cai muito e meu senso de orientação cai junto. Rsrs.

Hoje de manhã, já que não sou brasileira de fato mas também não desisto assim tão fácil, e vendo o sol delicioso que vinha chegando, decidi vir até o trabalho andando. Agora vai! Sair do bairro é mais fácil, é só chegar na artéria principal e seguir o fluxo. 
Andei uns 5 minutos. E então, surpresa das surpresas, encontrei o muro, aquele do relato ali em cima, onde a rua se dividia em V e eu tomei o caminho da direita. Cheguei ao muro através do caminho da esquerda! Estava a menos de 5 minutos de minha casa!
Que coisas, não? Quantas vezes o caminho do olhar, do coração, do instinto, nos leva ao lugar errado, ou de volta ao ponto de partida! Sendo que às vezes estávamos tão perto do destino!

(Este post era para ser uma anécdota jocosa e se transformou numa reflexão profunda. Pelo menos para mim. Não me tire essa ilusão, sou carente lembra?)

3 comentários:

  1. Mari, eu simplesmente não tenho nenhum senso de direcão. Eu me perco sempre! Terrível. Até com um mapa a jumenta aqui se perde, vergonhoso, mas pura verdade!
    As vezes meus posts também vão para uma direcão completamente diferente do que eu havia em mente! Por isso que é bom escrever a gente reflete mesmo.

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  2. hahaha Mari adorei! Eu não tenho senso de direção e não sou confiável andando sozinha quando conheço pouco da cidade, pra piorar, entro em desespero em bairros desconhecidos..to melhorando muito na parte do desespero pq me perder é algo constante então já estou me acostumando e aproveito para conhecer novos lugares :D

    Ps. Profundo o final, de vez em quandoa gente precisa se perder pra nos encontrar :)

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  3. Seu post falou muito comigo.Às vezes o caminho menos conhecido ou percorrido é aquele que vai nos levar direto ao nosso objetivo.

    Amei como vc concluiu esse texto.
    Bjs!

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