novembro 30, 2015

E chove em Curitiba...

... tem tipo, uma eternidade e mais um pouco que chove por aqui.
Ontem acordamos com sol e ficamos todos animados, marido animou a fazer um churrasco com uma churrasqueira improvisada no nosso super pátio enorme sqn, eu fiz uns espetinhos de cebola, pimentão e abobrinha para o lado vegetariano da família (eu, sogra e filhota), enfim, bem legal. Ainda bem que deu tempo: assim que acabamos de almoçar, a chuva voltou.
E hoje de novo.
Argh.
Meu cesto de roupa suja é um Everest de pano.
(Mas isso não é só por causa da chuva, também porque a máquina estragou, mas hoje já está chegando minha máquina nova, aleluia).

E eu estou muito sem assunto para escrever um post sobre tempo chuvoso e máquina de lavar. Mas né, vida doméstica também faz parte da vida.

Ah ontem também fiz cookies de aveia e passas. Substituí completamente o açúcar por um melado batido que meu pai me trouxe, e ficaram deliciosos e muito mais saudáveis.


A receita vou postar por se alguém se interessar, mas principalmente para vocês verem o teor do olhômetro:

Cookies de aveia e passas (que poderiam se chamar biscoitinhos, mas eu gosto da palavra cookies):

Quebrar 2 ovos, bater bem.
Adicionar mais ou menos 2/3 xícara de melado batido (a receita pede 1 e 1/2 xícara de açúcar, mas eu acho que fica muuuito doce e sempre uso menos. Como usei melado e ele é, bem, muito melado, fiquei com preguiça de medir e fui colocando às colheradas, por isso deu "mais ou menos 2/3 de xícara").
Bater bem.
Adicionar uns 120 gramas de manteiga amolecida (a receita pede 200 g, eu achei muito e coloquei menos. Simples assim. Dica: amoleça mesmo! Eu de afobada deixei só uns minutinhos fora da geladeira e achei que estava bom, cortei em pedacinhos e joguei na massa. E depois sofri horrores tentando que derretesse e incorporasse na massa. Se você tiver batedeira isso não é um problema. Bata com batedeira e seja feliz. Eu como não tenho, bati na mão e no muque).

Depois que virou um creme, adicione 1 pitada de sal e 1 colher de chá rasa de bicarbonato.
Adicione 1 tampinha de extrato de baunilha e mais ou menos 1/2 colher de chá de canela em pó (ou mais, ou menos, fica a gosto do consumidor).
Adicione 1 xícara de trigo. Misture bem.
Agora vá adicionando aveia em flocos médios. Quanto? Por volta de 4 xícaras, pouco mais, pouco menos. A ideia é que fique difícil de mexer a massa. Vai depender da sua manteiga, de se você usar melado ou açúcar, do tamanho dos ovos, enfim, vai adicionando "até ficar difícil de mexer". Vai por mim.
Eu não tinha tanta aveia ao ponto de ficar difícil de mexer, acho que tinha umas 3 xícaras, então coloquei mais um pouco de trigo para dar o ponto.

Aí depois, sempre a olho, adicione um punhado de passas. Que pode mudar para gotas de chocolate, ou nozes picadas, ou a fruta seca que você preferir. Crie sua variação preferida.
Acho que deve ficar tudo de bom também com um pouco de noz moscada e gengibre, para ficar aquele sabor de Natal, mas isso está me ocorrendo só agora. Fica para a próxima.

Aí é só misturar mais um pouco, e jogar em colheradas de chá em assadeira não untada, levar para forno médio e ficar de olho. Entre 8-12 minutos dependendo do seu forno e estão boas.
Retire quando começarem a dourar as bordas. Vão estar molinhas, mas retire da assadeira imediatamente e deixe descansando de preferência sobre uma grade, que a medida que esfriam elas endurecem. Se deixar para tirar da assadeira depois que endurecerem, elas grudam e você só consegue retirar farelo.

Pronto! Enjoy suas deliciosas cookies. E sua casa perfumada.

Percebeu como são as coisas por aqui? Comecei apenas com o título completamente sem assunto, decidi falar das cookies, depois decidi postar a receita, e por aí foi.

Se fizer, me conta.
Bjos!

novembro 24, 2015

Sobre birras e ataques de raiva

Recentemente, digamos há um mês atrás (pouco mais ou pouco menos), a Had começou a mostrar mudanças no comportamento.
Agora que já dominou completamente a arte do andar e correr e percebeu que mais além da diversão em si caminhar também pode ser uma ferramenta e tanto, utiliza seus ágeis pezinhos para levá-la em todos seus propósitos.
Juntamente, descobriu o que é essa tal de liberdade. De locomoção. De ideias. De ações. De pensamentos.
E descobriu que isso é bem, bem bacana.

Aí então, percebeu que pode querer fazer algumas coisas que mamãe e papai não querem que faça.
Ou deixar de fazer algumas coisas que mamãe e papai querem que faça.
Porque ela tem a capacidade de decidir o que quer ou não.
Percebeu a beleza dessa coisa de liberdade?
Além disso, temos a descoberta de que objetos inanimados podem não se comportar como ela quer que se comportem.
E de que fatores -internos ou externos- também podem não ser controláveis.

E foi assim que surgiram as crises de raiva, minha gente.

Porque mamãe chamou para escovar os dentes, porque o livro caiu no chão, porque a boneca está com a cabeça virada (essa é ótima), porque quer passear mas mamãe falou que agora já é noite e passear só amanhã, porque o sapato não quer entrar no pé, porque quer água no copo vermelho, porque não quer água no copo vermelho, porque não vamos ver fotos agora, porque quer colo e tem que ser agora, porque tenta falar e não compreendemos o que é, porque a massinha de modelar é verde e não amarela, e por aí vai...

Ela começa com um grito alto e estridente, que pode se abrir em um eco de novos gritos, ou pode desatar em um choro insuportavelmente alto. Pode se jogar no chão, ou ir correndo para um cantinho, ou se jogar sobre um sofá ou o que estiver por perto.
Mas o mais triste é a carinha de decepção, vermelha de raiva, que me parte o coração.

Confesso que no início minha paciência passou por duras provas. Imaginei que os "terrible twos" estariam dando as caras mais cedo em casa. Pensei, orei, refleti, li diversas fontes, e cheguei a um plano de ação para reagir aos ataques que estavam ficando cada vez mais frequentes.
Não acredito que crianças sejam más e esses ataques ocorram por maldade, por serem mimadas, ou coisa e tal. Li em algum lugar (já nem sei onde, perdão) que é a maneira que eles têm de decodificar o mundo e que é tão, tão normal. Os ataques vão ocorrer, o que muda é o jeito que nós, adultos, reagimos a eles. Eu sou a mãe, deve ser MINHA prioridade cuidar do bem estar da minha filha, que inclui ajudá-la a compreender o mundo a seu redor.

Então me armei de paciência e de algumas dicas. Comecei a prestar atenção nos sinais que avizinhavam uma crise (se bem que algumas são tão repentinas que é impossível prever). O sono é o maior desencadeante de crises, então me agilizo para não deixá-la ficar exausta.
Sempre que possível, comecei a oferecer escolhas simples. "Você quer escovar os dentes com o coelhinho ou com a miminha (boneca)?" "Hoje colocamos a camiseta amarela ou a roxa?"
Ela começou a ficar feliz em participar, em tomar decisões.
Quando uma crise aparece, eu faço um esforço para largar aquilo que estiver fazendo para cuidar da situação, mas não dou a ela aquilo que ela quer no momento, para ela compreender que os gritos não são um meio válido de conseguir o que quer.

Quando percebo que ela está acessível, dou um abraço e a acalmo. Uma das leituras que fiz sugere isto porque eles se sentem desamparados quando estão no meio de uma crise, e o abraço ajuda a que encontrem o porto seguro. Nesse caso, ela se acalma rapidamente com o abraço.
Às vezes ela está se debatendo e não está muito acessível, então só me agacho na altura dela e faço um carinho com a mão para que ela perceba que estou de seu lado e esperando para poder ajudá-la. Em geral, ela logo abre os braços e vem me abraçar.

Aí então enquanto estamos abraçadas falo com calma e firmeza, mas sem nenhum tom bravo ou impaciente, que se ela chora eu não consigo perceber o que ela precisa, e que se ela falar com calma a mamãe entende o que é e pode ajudar.
Em geral dá certo e ela tenta pôr em palavras o que a está deixando frustrada. Se é algo que ela quer fazer e não pode, ou algo que precisa ser feito e ela não quer, e eu falo o contrário, a crise pode recomeçar. Nesse caso, tento conversar com calma para fazê-la entender que escovar os dentes é importante e não é negociável, ou que não pode andar descalça porque o chão está frio, mas pode escolher qual sapato quer usar.

Não sei se é porque foi só uma fase ou se a estratégia tem dado certo, mas nos últimos dias os ataques diminuiram bastante. E assim vamos. :)
Ela ama deitar na grama.

Com a inseparável miminha.

novembro 17, 2015

Pérolas

Menininha andando a cavalinho do papai na rua, ambos conversando:

Papai: - Olha Had! Placa.
Hadassa: - Paca!
P - Poste!
H - Osti!
P - Cachorro!
H - A-chô-o.
P - Gato!
H - Miaaaaaau!

:)

novembro 13, 2015

Uma péssima mãe ou: "aqui se faz, aqui se paga".

Sábado à noite um casal amigo nos convidou a ir a uma programação muito boa que haveria no teatro do colégio Adventista. Apesar de saber que a Had não fica quieta por mais do que 5 minutos (nem deveria, ela só tem 20 meses), fomos. Afinal, era uma programação familiar e haveria outras crianças.
 
Ela já entrou no teatro com cara de playground, apesar de estar sendo carregada no colo pois havia bastante gente. Em menos de 5 minutos já tinha explorado toda a circunvizinhança de escadas acarpetadas e poltronas ainda vazias, cumprimentado meia dúzia de estranhos sorridentes e estava pedindo o mamazinho, que dei na hora como sempre faço.
A programação começou, menininha ficou alguns minutos aproveitando o mamá, depois quis descer do colo e explorar mais um pouco, depois caiu de cabeça no carpete (MASQUEABSURDOCADÊESSAMÃE), e finalmente começou a falar alto e cantar, o que mais cedo ou mais tarde iria atrapalhar as outras pessoas. Então o Enos saiu um pouco com ela e ficou assistindo pelo monitor que estava transmitindo na recepção do teatro.
 
Depois de um tempo achei prudente ir relevar o posto e deixar o Enos assistir o restante da programação sentado. Fiquei no saguão do teatro com uma garotinha que coria para todo lado, feliz da vida de ter um espaço tão grande e liso para exercitar suas perninhas curtas.
Encontrou um outro garotinho da idade dela, brincou um pouco... mas já não era suficiente. Agora ela queria ir correr no pátio!
Embora o dia tivesse sido quente, agora tinha esfriado um bocado e ventava um pouco. Tinhamos levado agasalho (porque SEMPRE em Curitiba precisa sair com um agasalho), mas nada muito quente.
Mesmo assim deixei a bichinha sair porque né, pobrezinha, ela precisa correr e brincar. É claro que ela se esbaldou, correu, brincamos de esconder atrás de uma pilastra, ela sentou no chão para brincar com as pedrinhas brancas, jogando-as para o alto e vendo-as cair. Uma delícia.
 
No dia seguinte, como não podia ser de outro modo, a pequena estava tossindo e de nariz escorrendo. Dengooosa, pedindo mamá toda hora, querendo colo. Tsc tsc tsc mãe, qué isso? Deixar a menina brincar no sereno? Que feio.
Como era domingo, passou o dia no meu colo dentro do possível. Aproveitamos para ficar bem grudadinhas e curtindo.
Como é claro que as crianças são muito resilientes, na segunda feira ela já estava boa e apenas uma tosse aparecendo de vez em quando (principalmente durante os ataques de raiva-choro-me-jogo-no-chão que ultimamente têm sido muito frequentes).
 
Mas... como a lei é assim, terça estávamos ambos os pais derrubados com um resfriado monumental, que me fez faltar ao trabalho e tudo.
 
Ainda estou aqui, "enxugando" o nariz, ouvidos entupidos e com uma dor de cabeça que parece que estou dentro de um aquário.
 
Péssima mãe.
 
Aqui se faz, aqui se paga.
 
Mamãe doente e neném animada. E a bagunça da casa ao fundo, porque né, mamãe tá dodoi. Foto ruim de celular, mas o que vale é o momento.