março 04, 2012

Pedaços de coração

Hoje falei com o Ursinho (apelido carinhoso do molequinho que eu cuidava nos EUA). É tão bonito poder dizer que meu programa foi muito bom, que passei dois anos com a mesma família e sempre nos demos muito bem, e até hoje temos um relacionamento muito bom! De vez em quando, como hoje, nos falamos no Skype e posso conversar com o molequinho, que está crescendo tão e tão rápido que até assusta! Está tão grandão, esperto, cheio de frases, de razões e argumentos, de músicas e historinhas!

Por outro lado estou bem triste com o desfecho da ópera da au pair que me substituiu. Gente, eu vivi dois anos lá, convivi com eles perfeitamente, claro que nem tudo foram flores, houve desentendimentos ao longo do caminho, mas se eu os contar nos dedos, não preenchem uma mão! Teve sim momentos que engoli sapinhos, coisas que talvez me doesse fazer não porque minha mão iria cair, mas porque sabia que não eram minha obrigação. Fiz várias coisas em nome da convivência, mas eles sempre reconheceram que não era minha obrigação e em troca tive sempre o carinho deles e muita flexibilidade. Eles jamais se negaram a algum horário que precisássemos discutir, a algum dia livre ou algumas horas que eu pedisse (foram bem raros os casos em que pedi, mas eles sempre foram receptivos), eles são justos em horários, em obrigações e em pagamentos.
Certo, eu não tinha carro e nem permissão de usar o deles (que era um só), mas também nunca me dei ao trabalho de discutir esse ponto, porque minha experiência ao volante é mesmo pouca, eu não precisava do carro para trabalhar, e preferia mesmo não ter essa responsabilidade nas minhas costas. Preferia ser uma alma livre, do que ficar tendo que lembrar de hora de voltar, se o carro estava inteirinho, se ia levar uma multa ou ter que pôr gasolina. Muitas au pairs tem problemas quanto a isso, e sempre fiquei feliz de não ter esses problemas, apesar de que em certas ocasiões um carro teria ajudado e muito.

Resumo: eu posso testificar de que eles não são loucos, aliás são bem razoáveis e pé no chão, também não são malvados nem exploradores de au pairs. São justos, pagam direitinho mesmo que seja meia hora extra, em dinheiro ou em descanso.

Então, como que esta garota que veio depois de mim simplesmente decidiu assim, sem mais nem menos, que queria fazer rematch? E pior, depois de uns dias (em que estava todo mundo se ajustando a procurar outra au pair, a fazer os arranjos necessários, etc) simplesmente mostra as malas feitas e notifica que está saindo de casa àquela hora para não voltar mais? E a garota simplesmente some, sem uma palavra à LCC, à APC, a ninguém? SOME no mundo sem ninguém saber se voltou par seu país ou está ilegal por lá, sem ter sido destratada (gente, morei 2 anos lá nas mesmas condições que ela morou, eu SEI que ela não foi destratada), deixando completamente na mão host dad, host mom grávida de 6 meses e host menino amoroso e calmo no meio de adaptação a escola, a penico e a cama de menino grande?
O que mais me dói é saber o quanto que eu mesma me esforcei para desde sempre ensinar espanhol ao menino, e ela (que era colombiana, não tem desculpa) só falava em inglês com ele apesar de todas as recomendações para que estimulasse o espanhol, e agora o menino, se bem entende espanhol direitinho, se recusa a falar. Ah, se eu encontrar aquela vaca de novo, juro que perco toda minha compostura cristã!

Então, meu recadinho para as futuras e atuais au pairs: há famílias boas, há famílias ruins, há au pairs boas que se esforçam, e há au pairs francamente ruins. E por culpa dessas pessoas ruins e de má fé, famílias que são ótimas ficam na defensiva, com não um mas os dois pés atrás na hora de trazer outras au pairs para morar em suas casas. Ganhar a confiança deles é também algo que a au pair precisa fazer, afinal, pessoas como minha ex-host estão horrorizadas de que tiveram uma desconhecida morando com eles e cuidando do menininho deles, e que acabou tendo atitudes que levam a duvidar da sanidade da pessoa. Tenham paciência, mostrem responsabilidade e sejam autênticas.

E meus ex-hosts? Depois de terem ficado na mão, pediram minha assistência para ajudar a entrevistar uma nova au pair, brasileira desta vez, que está chegando daqui a uns dias. Por enquanto, se viram com as duas mães/sogras, alguns dias de dispensa que pediram do trabalho, e uma nanny que não tem quase horário disponível mas que está se desdobrando para ajudar.

E o que minha ex-host me disse hoje quando falei com eles: Que esses dias o marido dela estava dizendo: Hey, lembra quando a Mariana estava aqui e tudo era nice and easy? Que saudades daquele tempo!

Me diz se tem motivo para alguém ter feito uma malvadeza dessas?

3 comentários:

  1. Mari, ou essa menina eh muito louca ou ela so so queria usar o visto de au pair pra entrar nos EUA! Dai q ela deve ter arrumado um emprego pra ganhar mais servindo mesas em algum lugar ou ate mesmo fazendo nanny pra alguma familia fora do programa e saiu fora. Tem mta menina q faz isso, infelizmente acontece e sua ex HF deu azar de pegar uma dessas. :o( De qq forma, certeza q agora vc vai escolher uma moca linda q vai fazer de tudo pra deixar seu menininho feliz. God bless u.

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  2. Ai, Mari...
    fico tão triste em saber dessas histórias, pq como eu tenho criança desta idade, sei que eles se apegam e sentem um carinho tão sincero pela pessoa que com eles convive. Mas Deus sabe o q faz, de repente a menina não era uma boa pessoa para compartilhar da vida diária de uma família tão legal, logo virá uma boa alma para continuar o trabalho q vc começou, tenha fé!
    OBS: adoro suas histórias dos EUA e torço muito por vc!
    bjs
    Tha

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  3. Nossa que chato eim?
    Você não esta pensando em voltar para lá?
    Porque você não vai como turista e fica ajudando eles?
    Sei lá é uma idéia
    mas muito da desagradável essa menina neh?
    Boa sorte para sua familia

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