Certo, mudei para o primeiro andar, o quarto é aconchegante e, por incrível que pareça, tenho mais privacidade aqui do que lá. É que lá, mesmo ficando separada da casa, era do lado da cozinha.
Aqui é primeiro andar, vejo o mundo de cima, e o pessoal só sobe para dormir mesmo. Além do mais, o banheiro com chuveiro é do meu lado (o de baixo não tinha chuveiro e por quase dois anos atravessei a casa toda para tomar banho). E acordo para trabalhar junto com os primeiros raios do amanhecer.
É, sem dúvida a troca foi boa.
Mas então, treinar a au pair nova não está sendo fácil. Me custa deixar as tarefas nas mãos dela, me custa mais ainda ver ela fazer qualquer coisa de diferente do que eu faria, e não estou com paciência para ver que o menino, que sabe como são as coisas comigo e que eu falo com amor mas firme, está testando a autoridade da menina nova. Ela por seu lado tem uma vozinha fina e infinitos argumentos e explicações para uma criança de 2 anos, e isso me dá nos nervos porque percebo que ele simplesmente faz de gato e sapato dela, facilmente.
E eu não quero que ela me estrague a educação esmerada que tenho dado para o moleque (I'm sorry, deixa eu sentir que sou importante um pouquinho? Thanks). Cuidado! Não quero dizer que a educação que eu dou é uma educação de medo, seria mais ou menos assim: "agora você está com a fralda molhada e precisa trocar. Vem comigo que vamos trocar essa fralda." pega na mão ou no colo antes que ele sequer pense que tem a opção de não querer, e sobe com o menino, e não do tipo "La la la, é hora de trocar a fralda". Moleque diz que não e sai correndo. Menina vai atrás dele pela casa inteira chamando "fulaninho, vem aqui fulaninho" com o mesmo tom de quando está brincando com ele, não agacha na altura dele, mas olha de cima, e fica naquela "vamos subir agora, está bem? Por que você não quer? O que você quer fazer? La la la então vamos cantar para o menino ficar feliz e querer subir e trocar a fralda la la la la la [bate palma pro menino que está jogado no chão fazendo corpo mole e olhando para a cara dela e percebendo que pode ganhar mais uns quinze minutos nessa brincadeira].
Não tenho paciência nem tolerância. Perdão por ser um monstro. Mas eu interfiro quando percebo que a coisa não vai dar certo, explico como ele está acostumado e que ele está testando o limite dela, e tudo mais.
E a menina pergunta tuuuudo, pega tuuuudo para ver o que é ou como é, é xereta mesmo, e isso me irrita profundamente, me parece atrevimento. É cheia de: e isso o que é? (uma encomenda que eles receberam há dois dias e deixaram sem abrir), e o que é esse barulho? (ou os gatos andando pela casa, ou o carteiro jogando as cartas, ou a máquina de lavar funcionando no porão, etc e tal), e o que isso? e o que aquilo? Bldsgfnsdfaknsjncjxbviuzbr! Já cansei e muitas vezes nem olho e falo só "não sei". Sorry outra vez por ser um monstro. Fazer o quê.
E hoje ela comeu MEU ÚLTIMO CHEESE BREADSTICK que estava na geladeira numa caixinha que eu trouxe ontem da pizzaria, esperando eu sentir a fome do almoço. Pelo menos não comeu a pizza, mas o último cheese stick, pô! Não gosto de pessoas que mexem nas coisas dos outros, e gosto menos ainda de quem pega a comida dos outros! Viro bicho!
E agora vou ter que dividir o quarto com ela em NY. Vamos passar, muito oportunamente, uma semana morando na casa de uns amigos dos meus hosts na cidade, e é claro que só tem quartos suficientes para que tenhamos que dividir um. E andar com a moça a tiracolo a semana inteira. Argh!
A parte boa é que, terminando essa próxima semana fatídica, daqui a 9 dias, chega meu irmão! E isso me faz muito feliz! Não vejo a hora de mostrar NY a ele, de passear e tirar fotos sem noção, e fazer ele provar comidas diferentonas e caminhar até não poder mais, e fazer as compras que ele está vindo fazer e mais, muito mais coisas... e não vou mais estar trabalhando! Minha última semana de trabalho vai ser justamente essa semana do terror na cidade.
Como dá para perceber e como já disse no começo, a semana não foi das mais felizes mas vem mais coisa pela frente. Boa e ruim. Ou melhor, ruim primeiro e boa depois. E depois, Brasil me aguarde!
E a vovó do menino, que é uma fofa, me mandou hoje de presente um poster fotográfico com diversos momentos que ela registrou nos dias que ela veio e fomos os três no parquinho. Gostei muito!
Nossa Mari!
ResponderExcluirEm alguns momentos eu quase me vi nas suas palavras! É claro que as diferenças existem e o menino vai sentir, com certeza, mas acaba se adaptando, ou melhor, superando.
O jeito é abstrair total e "amar ao próximo como a ti mesmo".
Lembre que às vezes ensinamos mais pelo exemplo do que por palavras, então o silêncio diante de tantas perguntas pode falar mais do que qualquer explicação, ainda que demore!
Brasil te espera!
Beijas!
É difícil neh? Porque por mais que vc ensine a menina nunca vai fazer as coisas do seu jeito, e vc fica: nossa dou tanta bronca, faço eles obedecerem e agora essa ai deixa eles fazerem o que querem?
ResponderExcluirMas pensa o outro lado, pensa que qdo vc chegou vc tbm queria conquistar as crianças e saber tudo.
Boa sorte nessa fase dificil ;)
Beijoooos
Pelo visto após a nova menina os pais vão pedir ajuda da Nanny McPhee,pq né o moleque vai zoar muito da cara dela. Tu disse que ela fica cantando,lembrei dos Smurfs - hahhahaha,coisa mais irritante.
ResponderExcluirForça nesse final,paciência e que passe logo.bju
DEVOLVA A FELICIDADE DOS MEUS DIAS
ResponderExcluirVocê partiu e deixou-me na solidão
Não encontro mais caminhos e nem atalhos
Apenas precipícios que me levam ao reino das sombras
Quero sentir seu calor, ver o brilho dos teus olhos,
Sentir as pulsações do seu coração
Beijar-te com toda minha paixão.
As horas não passam, as lágrimas não secam,
A tristeza sorri ao jogar-me no chão
Ensurdecendo-me com mentiras a seu respeito
Amor volte! Livre-me desse pesadelo
Quero voltar a viver em seus braços,
Sentir o perfume da sua pele,
Provar o mel de sua boca...
Devolva a felicidade dos meus dias.
*Agamenon Troyan é autor do livro “O ANJO E A TEMPESTADE”