Completaremos amanhã.
(Ou, para quem mede o tempo em dias bíblicos como eu, de por do sol a por do sol, completamos hoje já que já é noite).
Continuamos sem saber se o ser que me habita é um ou uma. Por conseguinte, continuamos sem consenso em relação a nome, assunto que concordamos em adiar até saber qual lado tomaremos.
Em consequência, também não tenho comprado mais nada. Acontece que, por uma dessas invenções toscas da sociedade em que habitamos, artigos de bebê se dividem em "menino" ou "menina", sem espaço para neutralidades de gênero. Dá vontade até de espancar certas atendentes de algumas lojas que quando digo que procuro algum artigo neutro me olham como se estivesse pedindo um elefante listrado que dance mambo. E não, não vou fabricar artigos por mim mesma porque a vida anda muito doida para me permitir semelhante luxo. Já é suficiente pensar na cobertinha de crochê na qual não encosto há uma semana, no mínimo.
Continuamos procurando uma casinha para alugar, vulgo "um cantinho para chamar de nosso". Hoje fomos ver uma casinha aqui perto (eu, mozinho e sogra), mas não alcançamos a ver tudo: estávamos vendo o quarto, de teto baixo, quando um pássaro, uma rolinha na realidade, que pelo visto mora na casa, começou a voar e se debater contra o teto, logo acima de nossas cabeças. Pois bem, quem me conhece sabe o pavor de aves que tenho. Imagine então a cena repleta de drama, ação e aventura, de uma buchuda berrando e tentando sair do cômodo o mais rápido possível, agachada (porque vai que o pássaro se batia contra o teto e caía na minha cabeça? instinto fala mais rápido), sem ver mais nada, e logo depois tremendo enquanto mozinho e sogra corriam atrás da buchuda (porque obviamente são pessoas normais e após o susto inicial de ver um pássaro se debatendo dentro da casa, não enlouqueceram). O Enos ficou assustado por mim, coitado, porque olha, eu tremia, soluçava, pedia para todo mundo me largar (sogra tentou me abraçar para me acalmar, mas eu só queria sair da casa correndo e respirar lá fora). E por aí foi. Horrível.
Pronto, pode rir agora.
Eu ri depois. Tipo, beeem depois.
Porque, né, é o tipo de coisa que acontece só com a pessoa que tem medo/fobia. Com outras pessoas não acontece nunca.
Mas enfim. Decidimos voltar outra hora para ver com calma, sempre que o Enos entre primeiro na casa e se certifique de que não tem mais pássaro nenhum.
Sei lá viu? Fiquei com trauma agora.
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